Bebê sobrevive a paradas cardíacas e família comemora alta: 'Médicos não vão falar em milagre, mas eu falo', disse pai

  • 02/08/2025
(Foto: Reprodução)
Bebê sobrevive a 22 paradas cardíacas e família comemora alta hospitalar A família de Enrico Doriquetto respirou aliviada após o bebê de 1 ano e dois meses receber alta depois de ter passado por várias paradas cardíacas, duas cirurgias e convulsões durante um período de apenas 18 dias em que esteve internado em um hospital particular de Vitória, em julho. A família disse que a criança chegou a ser dada como morta pelos médicos. O menino nasceu com cardiopatias congênitas e malformações no coração que ocorrem durante o desenvolvimento fetal. Enrico e a família moram em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, e voltaram para casa no fim do mês, após alta hospitalar. "Médicos não vão falar em milagre, mas eu falo. A história dele daria um filme. Agora, enfim, vamos respirar aliviados e poder dormir direito", comemorou o pai, Evandro Doriquetto. Mais de 20 paradas cardíacas, segundo família A família contou que Enrico sofreu pelo menos 22 paradas cardíacas. Mas, um cardiologista ouvido pelo g1 explicou que esse número, na verdade, pode estar relacionado à quantidade de vezes que o coração recuperou a batida própria e depois parou novamente até se estabilizar. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp O cardiologista Intervencionista do Instituto do Coração, Vinícius Fraga Mauro, explicou que a sequência de paradas cardíacas pode ser contabilizada de forma diferente, variando por médico. "O que pode ter acontecido foi uma instituição de manobras para ressuscitar o bebê, e nesses casos o coração vai e volta, ele recupera a batida própria dele, como se tivesse retornado a autonomia, e logo depois pode parar de novo. Isso sinaliza que o coração não está em condições de ter autonomia para bombear o sangue de forma eficaz. E isso pode acontecer até ele ficar bom. Mas muitos médicos acabam considerando um evento só, que pode durar horas de reanimação", disse. Ou seja, o que para a família foram 22 paradas cardíacas, para alguns médicos pode ter sido menos. O coração pode ter diminuído as batidas várias vezes seguidas, num curto intervalo de tempo. Para os médicos, essa sequência de paradas pode ser considerada um único evento, e não necessariamente muitas paradas cardíacas. Na medicina pediátrica, quando o coração de um bebê cai para menos de 60 batimentos por minutos, é o equivalente a uma parada cardíaca em adultos. O outro lado A Unimed Vitória, responsável pelo hospital em que a criança ficou internada, informou que no tempo em que esteve internado, o paciente recebeu toda a assistência necessária, com tratamento conduzido conforme os protocolos médicos e as diretrizes dos órgãos reguladores. O g1 pediu entrevista com os médicos que trabalharam durante o atendimento do bebê, questionou sobre a criança ter sido dada como morta, mas a empresa preferiu se manifestar apenas por meio de nota e não respondeu aos questionamentos. Bebê Enrico Doriquetto, de 1 ano e 2 meses, com os pais Evandro e Eliza ao receber alta após 22 paradas cardíacas no Espírito Santo Reprodução/Redes sociais Histórico Dois dias após o nascimento, os pais de Enrico receberam a notícia de que o filho nasceu com Comunicação Interatrial e Comunicação Interventricular, cardiopatias congênitas que precisavam ser operadas até os dois anos de idade. "Ele foi diagnosticado e a gente já sabia que, desde o início, ele ia precisar fazer cirurgia, não era algo que ia sair sozinho", contou a mãe Eliza Bravim. No dia 4 de julho, o bebê passou pela cirurgia em Vitória. Os médicos falaram com a família que o procedimento tinha ocorrido conforme o esperado, que o menino não ia precisar utilizar marcapasso e que ficaria uma semana internado apenas para acompanhamento. Porém, dois dias depois, Enrico teve uma convulsão e quatro paradas cardiorrespiratórias, segundo a família. Na última parada, a médica entubou a criança. LEIA TAMBÉM: MORANGO DO AMOR: procura pelo doce dispara, e lojas fecham as portas para focar na produção, no ES INVESTIGAÇÃO: Bebê de 35 dias morre durante consulta médica de rotina em Vila Velha VIRALIZOU: Influenciadora faz vídeo após ter infecção no olho causada por mosca de banheiro Bebê Enrico Doriquetto, de 1 ano e 2 meses, passou por 22 paradas cardíacas após complicações de cirurgia em hospital de Vitória, Espírito Santo Acervo pessoal Ainda segundo a família, Enrico teve mais dez paradas em um intervalo de 1h30. Os médicos disseram que o estado era grave, mas exames realizados não apontavam nenhuma intercorrência. "Foi uma cirurgia de sucesso e o médico falou que o Enrico tinha respondido muito bem. As primeiras 48h foram perfeitas. Ficamos todos bobos, falando que nem parecia que ele tinha operado. Do nada, ele teve uma crise convulsiva no meu colo, depois a primeira parada cardíaca", falou o pai. "No intervalo de 12h40 e 15h30, foram quatro paradas. Ele era reanimado, voltava, passava meia hora e parava de novo. Não tinha mais previsão do que fazer com ele, não tinha nem como chorar mais", relembrou o pai. No dia seguinte, os pais contabilizaram mais dez paradas cardíacas, sendo que, na última, foram necessários cerca de cinco minutos para reanimar Enrico. Foi nesse momento que, segundo a família, eles foram avisados pela médica de que a criança estava morta. A doutora, inclusive, deu um "tempo" para a família se despedir, segundo contaram os pais. Todos os aparelhos foram desligados e os pais chegaram a repassar a notícia de que o filho estava morto para parentes e amigos. A família disse que o Instituto Médico Legal (IML) chegou a ser acionado. O g1 procurou a Polícia Civil, que disse que não localizou acionamento para essa ocorrência. "Minha esposa já estava do lado de fora, já não aguentava mais. Com a notícia da morte, nós dois estávamos desesperados. A Eliza ficou com ele no colo para se despedir enquanto aguardávamos o IML chegar. Eu desci e fiquei chorando por mais de uma hora", contou. "Quando voltei, tive a impressão de que o Enrico estava respirando. A médica chegou a dizer que eram gases, mas quando ouviram o coração dele, estava fraco, mas batendo", comentou o pai. Bebê Enrico Doriquetto chegou a ser dado como morto por equipe médica enquanto estava internado em hospital em Vitória Acervo pessoal Depois de toda essa angústia e reviravolta na história, os médicos descobriram que a falta do marcapasso é o que tinha causado todas as complicações após a cirurgia. O aparelho foi colocado posteriormente, e o bebê ficou dez dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No domingo (20), a criança conseguiu respirar sozinha sem necessidade da ajuda de tubos. Depois de realizar um exame neurológico, que não apontou nenhuma sequela, Enrico teve alta e recebeu apenas a orientação de fisioterapia e fonoaudióloga, por causa do tempo em que ficou entubado. Bebê Enrico Doriquetto, de 1 ano e 2 meses, passou por 22 paradas cardíacas após complicações de cirurgia em hospital de Vitória, Espírito Santo Acervo pessoal Paradas cardíacas O cardiologista Intervencionista Vinícius Fraga Mauro explicou que crianças têm mais chances de reagir melhor a um grande número de paradas cardíacas. "Quanto mais rápido você institui as manobras, que incluem desde medicações até massagem cardíaca, o bebê tem mais chances de recuperar. As crianças têm uma capacidade maior de resistir a esses longos períodos de hipóxia, que é quando o coração está parado. Existe uma perfusão sanguínea para o cérebro, não chega sangue ao cérebro, e isso pode causar uma lesão definitiva, acarretar danos irreversíveis ao cérebro do bebê. Dependendo do grau dessa lesão, pode deixar o paciente em estado vegetal", destacou o médico. O cardiologista reforçou que todas as manobras são feitas para evitar essas sequelas e evitar o óbito. E disse que a rapidez na realização das manobras de ressuscitação faz toda a diferença. "Se a manobra de ressuscitação é bem feita e é feita de forma rápida, essa perfusão cerebral vai se manter mesmo com o coração parado, e aí a chance do bebê recuperar é muito maior", finalizou. Pais comemoram alta de bebê que teve sequências de paradas cardíacas VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2025/08/02/bebe-sobrevive-a-paradas-cardiacas-e-familia-comemora-alta-medicos-nao-vao-falar-em-milagre-mas-eu-falo-disse-pai.ghtml


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