Fernando de Noronha inicia mais uma etapa para descarbonização; investimento é de R$ 350 milhões
08/11/2025
(Foto: Reprodução) Projeto de descarbonização de Fernando de Noronha é lançado
As obras da Usina Solar Noronha Verde começaram neste sábado (8) em Fernando de Noronha. O projeto marca o início da etapa mais importante do processo de descarbonização da ilha. Com investimento de R$ 350 milhões, feito pela Neoenergia, a iniciativa prevê a instalação de mais de 30 mil painéis solares e sistemas de armazenamento de energia em baterias (veja vídeo acima).
O objetivo do projeto é mudar a matriz energética da ilha até 2027. Atualmente, a energia é gerada na Usina Tubarão, que usa biodiesel como principal fonte. Com a conclusão das trabalhos, Noronha será a primeira ilha oceânica habitada da América Latina a atingir esse nível de descarbonização.
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Ao final da instalação da usina, a expectativa é reduzir em cerca de 6% o valor da conta de energia para os moradores.
Evento
O início das obras foi marcado por uma cerimônia no Forte dos Remédios. O evento contou com a presença dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e José Múcio Monteiro (Defesa), da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), da direção da Neoenergia, além de empresários e moradores.
Projeto foi lançado em Noronha
Rafael Aroeira/Divulgação
A implantação da nova usina será realizada em duas fases: a primeira fase entra em operação até maio de 2026 e a segunda até setembro de 2027.
O ministro Alexandre Silveira afirmou que o projeto coloca Noronha como exemplo mundial de sustentabilidade.
“Fernando de Noronha dá exemplo para o mundo. Estamos descarbonizando a ilha e reduzindo o preço da energia. O Brasil mostra que é possível mudar a matriz energética. A usina a óleo diesel será usada apenas como reserva”, disse o ministro.
Os equipamentos da nova usina serão instalados em áreas cedidas pela Aeronáutica, pela Administração da Ilha e pela Associação de Agricultores (Noronha Terra).
O projeto foi licenciado pela Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), com anuência do Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
Produção
A nova usina solar terá capacidade de geração de 22 Megawatt-pico (MWp) e armazenamento de 49 Megawatt-hora (MWh) — energia suficiente para abastecer 9 mil casas no continente.
Atualmente, Noronha produz até 10 MWp, com consumo médio diário de 4,4 MWp, que chega a 6,6 MWp durante a alta temporada turística.
A governadora Raquel Lyra afirmou que o projeto foi amplamente debatido e vai ampliar a capacidade de fornecimento de energia da ilha.
“O investimento garante mais estabilidade no fornecimento de energia e prepara Noronha para receber mais visitantes no futuro”, disse Raquel.
Usina flutuante
No evento também foi entregue oficialmente a primeira Usina Solar Fotovoltaica Flutuante, instalada no espelho d’água do Açude do Xaréu. O investimento foi de R$ 10 milhões, do Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Pernambuco.
A usina flutuante tem potência geração de energia suficiente para suprir cerca de 30% do consumo de energia da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) na ilha e vai evitar a emissão de 717 toneladas de gás carbônico por ano.
Placas solares foram instaladas no Açude Xaréu
Camila Torres/TV Globo
O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, afirmou acredita na ampliação de ações ambientais em Fernando de Noronha
“Com a descarbonização, novos projetos podem ser desenvolvidos. Esperamos que, em poucos anos, a ilha seja 100% sustentável, não só na geração de energia, mas também na mobilidade e no consumo doméstico”, afirmou Capelastegui.
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