Remédios com frutas: como elefanta africana é tratada após diagnóstico de problema respiratório em santuário de MT
15/12/2025
(Foto: Reprodução) O transporte de Kenya terá duração de cinco dias
Governo de Mendoza
Remédios com frutas. Essa combinação tem sido bem aceita pela elefanta Kenya, de 44 anos, após ser diagnosticada com problema respiratório e dores nas articulações no Santuário de Elefantes Brasil (SEB), localizado em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. O quadro de saúde dela foi atualizado nesse domingo (14) pelo SEB.
Kenya é a segunda elefanta a viver no santuário após passar boa parte da vida sozinha. Ela percorreu mais de 2 mil km para chegar ao novo lar, em julho.
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Segundo a organização, a elefanta ainda está com a respiração alterada, mas aparentemente está menos cansada e mais alerta.
A elefanta tem comido todas as frutas e vegetais que são oferecidos, e também está comendo um pouco de ração peletizada, porém, ela não demonstrou interesse pelos grãos.
"Às vezes fazemos bolinhas de grãos para administrar medicamentos de forma mais palatável para as elefantas, mas ela não está comendo nenhuma — mesmo quando não há suplementos incluídos. Em vez disso, os medicamentos foram oferecidos junto com as frutas, que ela comeu imediatamente", afirmou.
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O SEB informou que a equipe tentou adicionar parte da medicação a um petisco de gelo, mas ela apenas segurou o gelo na boca até derreter e depois o deixou cair. Além da água, que ela bebe bastante, a equipe também oferece gatorade e água de coco.
Em uma aplicação de injeção de antibiótico, Kenya reagiu bem, chegando a se inclinar para facilitar o acesso ao músculo da perna pelo médico. Ela tinha um histórico de não responder bem a injeções, mas depois de um tempo passou a se acostumar desde que começou o treinamento no santuário.
Contudo, as cuidadoras disseram que as orelhas de Kenya não estão tão quentes quanto na sexta-feira (12). "Ela continua passando boa parte do dia relativamente próxima às tratadoras, que estão oferecendo todo o carinho que ela demonstra precisar. É claro que todos ficam felizes em atender, e essa conexão ajuda a elevar o ânimo de todos", disse.
Diagnóstico
Na sexta-feira (12), Kenya apresentou uma relativa melhora, com mais disposição e com sinais de que a respiração havia melhorado. Ela havia se alimentado bem e o nível de ansiedade diminuiu um pouco. Porém, no sábado (13), ela acordou ruim. "Suas tratadoras estão passando tempo ao lado dela sempre que parece querer um carinho extra", diz.
Além disso, Kenya também apresentou problemas nas articulações no início da semana, que começou de forma sutil, com pequenos estalos na pata dianteira direita, e evoluiu para estalos mais altos.
"Isso já foi observado em elefantes africanos em cativeiro e é muito difícil de manejar. Infelizmente, décadas em superfícies compactas causaram não apenas problemas nas patas, que sempre soubemos que ela tinha, mas também danos significativos nas articulações e osteoartrite — ainda uma das principais causas de morte em elefantes cativos", diz SEB.
Desde que passou a receber a medicação, Kenya tem reagido bem, segundo o SEB. Os exames de sangue dela apresentaram bons resultados para um animal da idade dela, porém, o que foi observado em exames gerais ainda é limitado.
"Antes disso começar, ela já estava tomando anti-inflamatórios não esteroidais e medicamentos para dor, mas o tratamento com laser foi acrescentado ao seu protocolo, e ela está agendada para acupuntura", acrescenta o comunicado.
O SEB informou ainda que Kenya deve passar por novos exames de sangue para verificar se houve alguma melhora desde o início do tratamento.
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O santuário
O SEB é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que resgata elefantes cativos em situação de risco, oferecendo-lhes o espaço, as condições e os cuidados necessários para que possam se recuperar física e emocionalmente dos anos passados em cativeiro.
O Santuário está localizado no município de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. O espaço tem o apoio de duas renomadas organizações internacionais de defesa e estudo dos elefantes, ElephantVoices e Global Sanctuary for Elephants.
🐘 Conhecendo o Santuário
Para conhecer o Santuário não é preciso ir lá, até porque os elefantes vivem soltos e se escondem na mata, e a intenção é justamente que eles não sejam uma atração como foram durante a vida toda nos cativeiros onde viveram.
No entanto, nas redes sociais e no portal é possível acompanhar os relatos do dia a dia destes animais, assim como assistir aos vídeos que os tratadores conseguem fazer durante o atendimento a elas.
Quem quiser ajudar de forma mais efetiva, pode participar da campanha "Adotar um Elefante", enviando recursos especialmente para os cuidados de qualquer uma das moradoras.