Megaoperação desmantela tráfico de animais em grupos de WhatsApp; mil bichos são resgatados

  • 29/06/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia identificou 20 mil integrantes em grupos de mensagens usados para comercializar animais silvestres e exóticos. Operação Hanuman prendeu 16 pessoas. Áudios e vídeos de grupos de vendas ilegais de bichos exóticos revelam crueldade do tráfico de animais Em grupos de WhatsApp, traficantes de animais silvestres e exóticos usam áudios, vídeos e figurinhas personalizadas para negociar bichos como tucanos, camaleões, onças e até ouriços africanos. Uma operação da Polícia Civil do Paraná com o Ibama identificou mais de 20 mil pessoas envolvidas nesse mercado ilegal. Deflagrada em 17 de junho, a segunda fase da Operação Hanuman aconteceu no Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo. Mil animais foram resgatados, incluindo espécies raras como axolotes (salamandras mexicanas), geckos leopardos e ouriços-pigmeus africanos. Dezesseis pessoas foram presas em flagrante. "Existem grandes distribuidores, e esse foi o foco da nossa operação. Eles vendem para pequenos traficantes em outras regiões do Brasil", afirmou o delegado de Proteção ao Meio Ambiente do PR Guilherme Dias. Em Curitiba, a polícia encontrou cobras, lagartos e dezenas de animais mortos em uma casa alugada por um veterinário que já havia sido preso por tráfico de animais em 2019. Entre os bichos vivos, havia três jiboias soltas entre entulhos. "Eu já desmontei o terrário, mas deixei elas com água, uma pedra aquecida", disse o veterinário durante o interrogatório. A defesa do investigado afirma que vai se manifestar no momento oportuno para comprovar a inocência dele. Áudios e vídeos de grupos de vendas ilegais de bichos exóticos revelam crueldade do tráfico de animais Reprodução/TV Globo Grupos de WhatsApp com 20 mil membros A investigação começou em 2023, após a apreensão de dois celulares de um traficante. A partir deles, os policiais encontraram dezenas de grupos criados exclusivamente para vender animais. "O crime migrou das feiras para a internet", disse o secretário de Segurança do Paraná, coronel Hudson Teixeira. "São centenas de grupos com mais de 20 mil membros", detalhou o delegado Guilherme Dias. Os criminosos usam contas de laranjas para receber pagamentos via Pix e criam selos próprios nos vídeos para ganhar credibilidade entre os compradores. Megaoperação desmantela tráfico de animais em grupos de WhatsApp; mil bichos são resgatados Reprodução/TV Globo Marcas do crime A investigação identificou traficantes que atuavam em larga escala. Um deles, conhecido como "Máskara", assinava seus vídeos com letras verdes e figurinhas personalizadas. Outro, apelidado de "Bim Ladem", era especializado no tráfico de aves. Um terceiro, chamado "RB", negociava grandes quantidades de animais, incluindo macacos. "Esses indivíduos não são criadores amadores ou autorizados. São traficantes de animais que ignoram as consequências dessa prática", afirmou Dias. Quem são os traficantes: Diego Arruda, conhecido como "Máskara": usava figurinhas e letras verdes para assinar seus vídeos nos grupos de WhatsApp. Rodrigo Lins, conhecido como "Bim Ladem": especializado no tráfico de aves. Renato Santos, conhecido como "RB": apontado pela polícia como um traficante de larga escala, que negociava inclusive macacos. Megaoperação desmantela tráfico de animais em grupos de WhatsApp; mil bichos são resgatados Reprodução/TV Globo Os três traficantes foram presos em flagrante, mas já estão em liberdade. O Fantástico procurou os três. Rodrigo Lins, o "Bim Ladem", negou envolvimento com o tráfico: "Eu sou vítima. Só criava passarinho. Ficam apontando essas coisas porque a gente está em grupo de troca." Renato Santos, o "RB", também negou: "Aqui nunca se traficou animal silvestre, não." A mãe dele, no entanto, confirmou a existência de uma operação policial ligada ao filho. Renato preferiu não dar declaração. Já Diego Arruda, o "Máskara", não foi encontrado pela reportagem e ainda não tem advogado constituído no inquérito. Animais não conseguem retornar à natureza A maioria dos animais resgatados não consegue voltar à natureza. Segundo o Instituto Água e Terra (IAT), dos cem animais levados a um centro de apoio em Curitiba, dois morreram, trinta serão reintroduzidos e 68 não têm condições de sobrevivência fora do cativeiro. "A pena para quem trafica é muito branda: de seis meses a um ano de detenção. Por isso, o crime é lucrativo", afirmou o coronel Hudson Teixeira. "Seguiremos responsabilizando quem trafica e quem compra." Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. 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FONTE: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/06/29/megaoperacao-desmantela-trafico-de-animais-em-grupos-de-whatsapp-mil-bichos-sao-resgatados.ghtml


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