Portugal faz novas eleições neste domingo para definir Parlamento e primeiro-ministro; centro-direita é a favorita para governar

  • 18/05/2025
(Foto: Reprodução)
Aliança Democrática (centro-direita) lidera as pesquisas, com o Partido Socialista (esquerda) em segundo lugar e Chega (extrema-direita) em terceiro. De acordo com as pesquisas, nenhum partido deve ter a maioria da Assembleia Nacional.Com isso, o próximo governo deverá formar alianças para governar. Milhares de portugueses irão às urnas neste domingo (18) para mais uma eleição legislativa — a terceira em pouco mais de três anos. Oito partidos ou coligações concentram a disputa, que vai eleger 230 deputados e definir o próximo primeiro-ministro. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Pesquisas de opinião indicam que a Aliança Democrática, de centro-direita, deve permanecer no poder. Com isso, o atual primeiro-ministro Luís Montenegro seguiria no cargo. Ele foi indicado a primeiro-ministro em 2024, mas, liderando um governo minoritário, foi rejeitado no Parlamento —o que motivou a convocação de novas eleições. A principal força de oposição é o Partido Socialista, de esquerda, que aparece em segundo lugar nas pesquisas. A legenda governou Portugal por mais tempo do que qualquer outro partido desde a redemocratização. De acordo com as pesquisas, nenhum partido deve ter a maioria da Assembleia Nacional. Com isso, o próximo governo deverá formar alianças para conseguir aprovar projetos. A AD tem 34% dos votos, contra 26% do PS e 19% do Chega (extrema-direita), segundo uma pesquisa da Universidade Católica Portuguesa publicada na sexta-feira (16). Segundo a pesquisa, a AD pode conquistar até 95 das 230 cadeiras da Câmara, bem abaixo das 116 para uma maioria absoluta de deputados. Caso isso não ocorra, o partido vencedor pode tentar se associar a outras siglas até chegar ao número mínimo de assentos no Parlamento necessários para governar. O primeiro-ministro inclusive pode vir de um desses partidos coligados. Portugal vai notificar 18 mil imigrantes para que deixem o país Como são as eleições em Portugal Em Portugal, o regime não é igual ao Brasil. O país europeu funciona sob o regime semipresidencialista, formado por um presidente e por um primeiro-ministro. Neste domingo, os eleitores votarão para escolher deputados da Assembleia da República, como é chamado o Parlamento português. Os votos, diferentemente do que ocorre no Brasil, são para um partido, não em um candidato. O partido que obtiver mais votos pode ganhar o controle do Legislativo, mas só se conquistar um número mínimo de assentos no Parlamento. Nas eleições de 2024, a coligação Aliança Democrática (centro-direita) venceu as eleições legislativas por pequena margem: o partido obteve 79 das 230 cadeiras, mas não conseguiu maioria absoluta. Em março deste ano, o primeiro-ministro Luís Montenegro foi derrotado no Parlamento. Foram 142 votos contra 88 para rejeitar a chamada moção de confiança, instrumento usado para medir se o governo tem apoio parlamentar. Os portugueses vão às urnas pela terceira vez em pouco mais de três anos. Elegeram António Costa em janeiro de 2022, que renunciou em novembro de 2023 após ser alvo de busca policial. E depois Montenegro, em março de 2024, que venceu por menos de dois mil votos sobre o Partido Socialista. Veja abaixo todos os partidos que disputam as eleições. Aliança Democrática (AD) Luís Montenegro é o líder da Aliança Democrática em Portugal REUTERS/Pedro Nunes Atualmente no poder, a Aliança Democrática agrupa o Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, e o conservador Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP). O bloco é liderado pelo primeiro-ministro interino Luís Montenegro, que deseja se manter no cargo. Em março de 2024, a AD venceu as eleições nacionais com 28,8% dos votos. Mas, um ano depois, o governo perdeu um voto de confiança no Parlamento após a oposição questionar a integridade de Montenegro em um possível conflito de interesses envolvendo negócios de sua família. A AD se uniu em torno de Montenegro, que nega qualquer irregularidade. As pesquisas mostram que ele continua favorito nas eleições deste ano. A Aliança Democrática promete manter o rumo iniciado no ano passado: reduzir impostos para a classe média e empresas, controlar a imigração e enfrentar a crise habitacional. Montenegro recusou qualquer acordo com o partido populista de extrema direita "Chega" e manteve seu posicionamento de "não é não" durante a campanha eleitoral. Partido Socialista (PS) O líder do Partido Socialista de Portugal, Pedro Nuno Santos AP Photo/Armando Franca O PS, de centro-esquerda, é uma força dominante na política portuguesa ao lado do PSD, seu principal rival. A legenda esteve mais tempo no governo do que qualquer outro partido desde a queda da ditadura fascista em 1974. Pedro Nuno Santos, economista de 48 anos, lidera o partido desde o fim de 2023, após a renúncia do primeiro-ministro António Costa. À época, Costa foi citado em uma investigação sobre supostas ilegalidades na gestão de grandes projetos de investimento do governo. Nenhuma das acusações foi comprovada. Como ministro adjunto, Santos coordenou com sucesso o apoio da extrema-esquerda (PCP e Bloco de Esquerda) ao primeiro governo de Costa, entre 2015 e 2019. O PS viabilizou a aprovação do primeiro orçamento de Montenegro em outubro passado, mas teve papel central na queda do governo no voto de confiança neste ano. Apesar das muitas diferenças, PS e AD têm atuado para manter as finanças públicas sob controle e reduzir a dívida quando estão no poder, o que lhes rendeu elogios da União Europeia, de investidores e de agências de classificação de risco. Chega André Ventura, candidato do partido Chega, em foto de 9 de janeiro de 2020 Patrícia de Melo Moreira/AFP O Chega, partido antiestablishment, foi fundado há apenas seis anos, mas tornou-se a terceira maior força parlamentar em 2022. No ano passado, quadruplicou suas cadeiras, chegando a 50, com uma plataforma contra a corrupção e a imigração. Seu líder, André Ventura, de 42 anos, é formado em Direito e chegou a estudar para ser padre, mas ganhou fama como comentarista esportivo na TV. Ex-membro do PSD, ficou conhecido em 2018 por declarações incendiárias contra a comunidade cigana local. No ano seguinte fundou o Chega, defendendo penas mais duras para criminosos (incluindo castração química para estupradores reincidentes), o fim da política de "portas abertas" na imigração e acusando PS e PSD de perpetuarem a corrupção nos últimos 50 anos. O Chega aparece em terceiro lugar nas pesquisas, com índices semelhantes aos de 2024 (18%), mas seu crescimento meteórico parece ter estagnado devido a escândalos envolvendo membros seniores do partido. Iniciativa Liberal (IL) Outdoor do Iniciativa Liberal em Lisboa, em 12 de maio de 2025 AP Photo/Armando Franca Partido de centro-direita, a Iniciativa Liberal defende reformas pró-mercado, redução de impostos e da burocracia. A legenda é liderada por Rui Rocha. É visto por muitos analistas como um parceiro natural da AD. No entanto, seu apoio atual — cerca de 6% nas pesquisas — seria insuficiente para garantir maioria clara mesmo em aliança. Livre O partido de esquerda liderado por Rui Tavares pode conquistar mais um ou dois assentos após ter vencido quatro na legislatura anterior. O Livre está à frente nas pesquisas em relação a outros partidos da esquerda, como o Bloco de Esquerda e a CDU. Coligação Democrática Unitária (CDU) Antes uma força relevante na política portuguesa, a CDU teve seu pior resultado em 2024: apenas 3,1% dos votos. As pesquisas indicam que o partido eurocético deve manter esse patamar nas eleições deste ano. O partido é liderado por Paulo Raimundo. Bloco de Esquerda O partido de extrema-esquerda obteve apenas cinco cadeiras em 2024 com 4,4% dos votos, bem abaixo do auge (19 cadeiras em 2015 e 2019). Hoje aparece com menos de 3% nas pesquisas. Liderado pela economista Mariana Mortágua, de 38 anos, defende um Estado de bem-estar mais robusto, controle de aluguéis, taxação dos ricos e grandes empresas — e tem buscado aproximação com o PS. PAN (Pessoas–Animais–Natureza) O PAN é um partido de tendência esquerdista e deve, no máximo, voltar a eleger um único deputado. A legenda defende os direitos humanos, o combate às mudanças climáticas e apoia a causa animal. O movimento é liderado pela deputada Inês Sousa Real. Bandeira de Portugal Getty Images VÍDEOS: mais assistidos do g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/05/18/portugal-faz-novas-eleicoes-neste-domingo-para-definir-parlamento-e-primeiro-ministro-centro-direita-e-a-favorita-para-governar.ghtml


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